PROPOSTA VORAZ

Aqui estou diante do espelho e a imagem refletida arderá nos olhos do pudor;

O vigor de toda a minha virilidade refresca-se no suor dessa ânsia;

É hora de cavalgar sobre a distância, galopando na cadência desse amor;

É hora de mergulhar nesse ardor, subjugar todo temor e relutância!

O teu casulo de intimidações terá suas vestes por mim despedaçadas;

Serão lançadas ao chão essas muralhas de valores e conceitos;

Quando em teus peitos meus beijos e língua construírem estradas;

Serão domadas tuas dúvidas, se afogarão de orgasmos teus receios!

E se tentar fugir, eu te condenarei a morrer de prazer no meu corpo;

E até no desconforto da improvisada mesa, invadirei tuas fontes de néctar;

Te fazer intrépida, puxar os teus cabelos e te obrigar a movimentos loucos;

Até teus gritos roucos denunciarem teus hormônios de fêmea em festa!

De tua boca fluirão colóquios vulgares e minha meretriz te tornarás;

Implorando por mais, intercalando alucinantes idas e vindas;

Sob o cio das ninfas, teus lábios indomados arrancarão os meus ais;

E como o az dos devoradores, te retribuirei com investidas infindas!

Tu és mulher contida e casta, mas te proponho ser a mais vulgar das damas;

Cede-me tua cama e o teu lar, pra ser o palco de nossa insanidade;

Eu alimento tua vaidade, injeto prazeres na carência de teus dramas;

Tu te rendes a mim e me chamas, que te darei delírios de verdade!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 19/06/2008
Reeditado em 17/09/2009
Código do texto: T1041308
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