JOGO DE ESPELHOS

Gostas Tu

Não gosto Eu

Gosto de Ti

Mas não Tu de Mim

Neste

Jogo de Espelhos

Cujo arbitro parece ser Deus

Porque na íris

De sentimentos

Que se queriam imortais

Eles por demasiadas vezes

Caem

No mais absoluto

E cruel

Esquecimento

A vida

Essa grande roda existencial

Que nunca para de rodar

Ensinou-me

Que em vez de estar

Ao pé de Ti

Posso ficar num outro lugar

Perto ou longe

Nem eu

Sei bem se o quero saber

Pois as folhas que caem

Da árvore do amor

São lágrimas

Que te irão acompanhar

Independentemente

Do lugar

Para onde fores…

Devido ao facto incontornável

De não reconhecer a minha imagem

De nela a nada me assemelho

Talvez por isso

Isto não passar de uma história

Com final triste

À qual chamei

Jogo de Espelhos

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 19/06/2008
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T1041074
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