Poema 0576 - Obediência ao prazer
A nudez não é a vergonha da sua paixão;
não, é amor que sente ao meu toque,
a carne grita por outra adentro,
quando o beijo dobra a língua na boca.
Morda os lábios, lado a lado,
diga palavras que jamais esquecerá,
importa onde e o que as mãos envolvem,
corpo ainda é corpo depois do amor.
O desejo não é bruto, é forte e obediente,
os úmidos dos sexos precisam ser agitados,
como seios, num vai e vem organizado,
até que os gozos comecem amadurecer.
Deixe que o riso afoito se solte, os urros,
ainda que pequenos, são fortes e excitantes,
disse-lhe e digo, crave as unhas mais acima,
abaixo, eu sei dos desejos, meu e seu.
Até que os deuses nos acalmem, lá vem
a boca gulosa que pousa sem reservas,
as mãos inquietas firmes nas ancas,
louca, louco, êxtase é só obediência ao prazer.
26/01/2006