O amor decerto é compensador
O amor é desprendimentos
primeiro da opinião própria,
quem ama se põe a rendimentos
das palavras de quem lhe aprova.
Depois é da capacidade crítica,
o que porta o afeto mal ousa especular
para ele a resenha verídica
só parte da boca de quem ele amar!
Com mais um tempo, é da disposição
pouco se desprende em ajudar,
quem ama mais parece estar em depressão
é um olhar distante, um pesar...
E da razão, que muito tarda (mas não falta)
quem ama, quase só vive de quimeras!
Parece que o amor com jeitinho lhe assalta
um tanto considerável da lucidez, pudera!
Decerto o amor é desprendimentos,
talvez por isso seja designado nobre
pois se abstém de tantos sentimentos
mas retém tantos outros, não há de ser pobre.
*Texto puramente fictício.