O amor decerto é compensador

O amor é desprendimentos

primeiro da opinião própria,

quem ama se põe a rendimentos

das palavras de quem lhe aprova.

Depois é da capacidade crítica,

o que porta o afeto mal ousa especular

para ele a resenha verídica

só parte da boca de quem ele amar!

Com mais um tempo, é da disposição

pouco se desprende em ajudar,

quem ama mais parece estar em depressão

é um olhar distante, um pesar...

E da razão, que muito tarda (mas não falta)

quem ama, quase só vive de quimeras!

Parece que o amor com jeitinho lhe assalta

um tanto considerável da lucidez, pudera!

Decerto o amor é desprendimentos,

talvez por isso seja designado nobre

pois se abstém de tantos sentimentos

mas retém tantos outros, não há de ser pobre.

*Texto puramente fictício.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 18/06/2008
Reeditado em 06/08/2008
Código do texto: T1040001