DONA DO MEU AMOR

Você tem livre passaporte para viajar em mim;

E conhecer meus endereços íntimos em que passeia;

É vendaval que me adentra, sol a iluminar-se além de meus confins;

Vivacidade de meu instinto, que te caça e que te rastreia!

Razão de meus soluços, meu resfolgado expirar;

Doce veneno que engulo em nome da sobrevivência;

Haste em que se dependura minha veneração a tremular;

Pecado singular que me inunda de inocência!

Você: reinado vitalício sobre os meus mucamos anseios;

Carta que me descreve em letras instadas a me reler;

Ode de todas as odes, fonte mesclada de mel com devaneios;

Receios esmigalhados pela sorte - eis você!

Dentre milhares a única, das estrelas a que no céu não cabe;

Noite árabe que beija o mar tropical, são teus cabelos;

Dos dedos aos fios derradeiros, minha latente enfermidade;

Que me condena às febres desses meus incuráveis desejos!

Você, poesia que ninguém pensou, você - amor;

Rocha que sustenta os fundamentos da minha paixão;

Grades que libertam o seu escravo, dona de seu senhor;

Você passeia nos fascínios, mas mora em meu coração!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 18/06/2008
Reeditado em 14/09/2009
Código do texto: T1039600
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