Pudesse eu ser...
PUDESSE EU SER...
Pudesse eu ser...
A concha onde abrigas
pérolas de palavras inúteis
O cofre onde ocultas
jóias de pensamentos calados
A ânfora onde derramas
cristais de lágrimas antigas
Pudesse eu ser...
Faísca e fogo
na lenha húmida dos teus olhos
Sol e Lua
na sombra difusa do teu corpo
Verde e água
na aridez do teu deserto
Pudesse eu dizer...
Pertenço-te!
(In "Geometrias Intemporais"
publicado em Maio/2000)