A borboleta

Aquela que ontem voava

Hoje já não voa mais

Caiu de asa quebrada:

Entre o lago e seus mananciais

Ela ama a areia molhada

E firme e, de fato,

Tendo uma só asa, olha a paisagem,

Não se livra de bárbaro ato.

Não foi por querer nem leviandade:

Acho até que não foi por nada.

E todo dia parada ela amanhece

Ao infortúnio destino ocasionado.

Caso isso seja infortúnio:

Esvai-se a própria vida

Sobre a areia tão fresca,

Por uma tênue asa perdida.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 16/06/2008
Reeditado em 16/06/2008
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