Grito

Eu vejo no areal da praia morta

Batida pelo vento deste inverno

A solidão dorida a me bater à porta

Ecoando triste o marulhar eterno.

Falta-me a seiva da felicidade...

Rugem as ondas desde que partiste.

Meu mar interno brame de saudade.

Fiquei sozinho, acabrunhado e triste.

Restou, do verso vivo, a parceria

Que me acalanta nesta hora fria

Como a amizade de um cachorro bom.

Grito meu verso pela praia a fora

Num desespero. E me resta, agora,

Gritar bem forte sem perder o tom.

iberemachado@yahoo.com.br

Iberê Machado
Enviado por Iberê Machado em 25/01/2006
Reeditado em 31/01/2006
Código do texto: T103567