Grito
Eu vejo no areal da praia morta
Batida pelo vento deste inverno
A solidão dorida a me bater à porta
Ecoando triste o marulhar eterno.
Falta-me a seiva da felicidade...
Rugem as ondas desde que partiste.
Meu mar interno brame de saudade.
Fiquei sozinho, acabrunhado e triste.
Restou, do verso vivo, a parceria
Que me acalanta nesta hora fria
Como a amizade de um cachorro bom.
Grito meu verso pela praia a fora
Num desespero. E me resta, agora,
Gritar bem forte sem perder o tom.
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