Noturnos

Era tarde de calor escaldante, sobre a mesa

Uma cerveja gelada, garrafa com

Superfície orvalhada e crespa qual

Folha respingada antes de o sol nascer

Tanto bebiam quanto falavam os amantes da geladinha

E à medida que relaxavam a voz gradativamente

Aumentava, coração duro pateticamente ao amor

Apelava, sem querer da realidade saber.

O Garçom mais cerveja trazia, recolhia a garrafa

Vazia sem ao menos uma palavra dizer

Os amantes da boemia à noite jaziam à espera

Do alvorecer...

Abraçados os casais da boate saiam como abelha

E o mel, beijando e se abraçando cada homem

A sua Rapunzel, que ainda menina já desejava o céu.

De repente veio à realidade e a vida sem piedade

Revelou-lhes a verdade, os que amavam amando

Continuaram sentindo-se na Torre de Babel

Os demais continuaram tentando um lugar ao céu;

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 14/06/2008
Reeditado em 14/06/2008
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