Quando Vens

Vespertinamente,

O sol no ápice do seu crepúsculo.

Se te aproximas,

A magnífica estrela maior pede licença

Pede passagem por não agüentar

Tal brilho esplendoroso.

Enquanto isso,em algum lugar,

Um violeiro espera cingido de avidez

A hora em que vais chegar

Dizendo consigo mesmo:

"-Meu coração, agora nunca ocioso,

Muito menos ignavo por sua causa;

Como se fosse um morteiro

Carregando-se a cada olhar.

Oxalá nunca dispare."

Chega a noite,

O céu forrado de veludo azul-marinho.

Enfim, sai a grande dama da noite: lua.

Se te achegas, a grande dama

Fica iracunda de inveja dos seus cabelos

Semelhantes ao arrebol do alvorecer.

Quando finalmente é revelada

A tão almejada cena apoteótica:

Um simples violeiro e uma princesa,

Sentados,numa esquina,

Nas proximidades do palácio real,

A conversar, debaixo de um céu abençoado,

De estrelas pontilhado.

Deves estar a pensar:

"-Será isso tudo utopia?"

Respondo:

"-Não, simplesmente tudo ocorre

Quando vens."

Enoque Lima
Enviado por Enoque Lima em 24/01/2006
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