Quando Vens
Vespertinamente,
O sol no ápice do seu crepúsculo.
Se te aproximas,
A magnífica estrela maior pede licença
Pede passagem por não agüentar
Tal brilho esplendoroso.
Enquanto isso,em algum lugar,
Um violeiro espera cingido de avidez
A hora em que vais chegar
Dizendo consigo mesmo:
"-Meu coração, agora nunca ocioso,
Muito menos ignavo por sua causa;
Como se fosse um morteiro
Carregando-se a cada olhar.
Oxalá nunca dispare."
Chega a noite,
O céu forrado de veludo azul-marinho.
Enfim, sai a grande dama da noite: lua.
Se te achegas, a grande dama
Fica iracunda de inveja dos seus cabelos
Semelhantes ao arrebol do alvorecer.
Quando finalmente é revelada
A tão almejada cena apoteótica:
Um simples violeiro e uma princesa,
Sentados,numa esquina,
Nas proximidades do palácio real,
A conversar, debaixo de um céu abençoado,
De estrelas pontilhado.
Deves estar a pensar:
"-Será isso tudo utopia?"
Respondo:
"-Não, simplesmente tudo ocorre
Quando vens."