Covinha

Meia noite e dez,

Do dia dois de outubro,

De sete meses ele nascia,

Mal formado ainda,

Precisando de cuidados,

Seu berço,uma caixa de sapato,

Tão pequeno ele era,

Na mão do Pai ele cabia,

Mamar mal conseguia,

A mãe então tem uma idéia,

Com conta gota ia lhe dar,

O leite que a vida lhe salvaria.

Mas mal a boca ele abria,

Segurando firme ela apertava,

O cantinho da boca,

Ali deixando sempre uma marquinha,

O menino foi crescendo,

E fortinho foi ficando,

Mas uma marca foi desenvolvendo,

A covinha...que encanto!

Virou homem o menininho,

Forte,bonito,saudável,

Um belo dia o italiano,

Cruza meu caminho,

E no ônibus da Cometa,

Me namora um cadinho,

Se declara,jura amor,

Me encanta,me seduz,

Sua mulher eu quis ser,

Juntos hoje relembramos,

A jornada de uma vida,

Dezenove anos de namoro,

Uniaõ por mim vivida,

Do meu lado ele está,

Sorrindo feito um menino,

Lá vou eu ficar juntinho,

E beijos quero dar, em sua linda covinha...