No compasso da paixão
Meu amor anda assim...fervendo
Ebulição constante em fogo brando!
A realidade fugindo...meio ardendo
Fui inoculado pelo teu doce veneno
Logo eu... um mero sonhador sereno
Agora vou leiloando minhas ilusões
Coisas estranhas revolvem...rompem...
Aqui por dentro das minhas entranhas
Será que eu vou morrer desta chama?
Mas ela... está também quebrando...
A resistência ferrenha às emoções
Está vencendo o meu pragmatismo...
Refém consentido do racionalismo
O muro onde me havia prostrado...
Pouco a pouco vai sendo derrubado
E está soprando um ar bem puro...
Que louco respiro ávido e seguro
Trabalho assim o lado sensitivo...
E mergulho...escrevo...produzo!
Conto ao mundo e me conduzo...
Bebendo... da água dessa fonte
Sinto da paixão... nascer o amor
Misturando...degustando seu sabor
Vou soltando este canto... sem dor
E dou meus passos... ora alternados
Firmes...reflexivos e compassados
Muito típico de alguém apaixonado
Componho algum verso encontrado
Que suspiro meio tímido e calado...
Para ver se digo e sou bem ouvido
Pela amada... que me envenenou...
E da qual estou assim...envenenado
Você sabe quem é ela...a danada?!
Hildebrando Menezes