Eis a medida
Hoje, palavreio não sobre minhas questões
mas ouso falar sobre umas teses alheias,
lembro-me de inúmeras situações
em que me deparava com dois nomes na areia...
“Alguém ama alguém,
fulano e cicrano,
Maria e João não sei quem,
um outro e beltrano.”
Admirava-me tanto empenho,
tanto sentimento,
parecia-me pouco sobre o que tenho
mas fiquei feliz com o demasiado alheio.
Admirava-me também perceber,
o quão a maré apagava todos os nomes,
com uma facilidade, serenidade, sem fardo
mas tal como se lhe fosse oficio designado.
Assim são os amores se não ponderados,
são significantes, perceptíveis, mas vulneráveis,
não há amadurecimento, são tolos estagnados,
até que a maré os surpreende e são levados.
Percebas! Se amássemos apenas o que desse,
não menos do que se deve,
ou mais do que nos coubesse...
Tudo seria tal qual bela sinfonia:
Afinação equilibrada
e perfeita harmonia!