E O AMOR QUE O DIGA…

Quantas vezes

Eu me fiz à estrada

Quantas vezes

Em noite fria

Bati na porta errada

E o amor que o diga…

Quanto da vã esperança

Foi fonte eterna

Por onde bebi

Tudo isto

E mais alguma coisa

Para estar perto de Ti

E o amor que o diga…

Que pela tua feminilidade

Palmilhei

Todos os pontos cardeais

Nessa insana busca

Do Ideal

Que não fosses mais um sonho

Fosses real

E o amor que o diga…

As infinitas vezes

Que vesti a pele de Alquimista

Para achar a poção ideal

Na qual não fosses estranha

Fosses em mim

Doce e desejável visita

Que ficasses pela imortalidade

De um segundo

Ou pela caducidade

De uma vida inteira

Na qual

Terias de Mim

Todo o carinho do céu

A ternura do mundo

E o amor que o diga…