Migrante

Ao deixar minha terra natal

Confesso que senti meio expatriado

Lá não havia pão nem circo

Nem as luzes coloridas da cidade.

Havia mariazinha, taboa e pântano

Grandes fazendas e pastagens; gado

Sedento e crianças famintas; e adultos

Tentando a sobrevivência no roçado.

Não fosse a necessidade lá até hoje

Estaria, vivendo entre tantos Manasses

E Marias, Lucas e Gabriel, das árvores

Extraindo látex e da abelha colhendo o mel.

Mas ficou em mim o desejo de um dia

Lá voltar para rever minha gente

E deliciar do lugar, beber água na fonte

E esta sede de amor dolente saciar...

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 12/06/2008
Reeditado em 12/06/2008
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