O SEQUESTRO
Chegará o dia, ousado e desavisado, em que vou te sequestrar;
E te arrancar sem cerimônias de tua cômoda carência;
Do cativeiro preparado em meu peito, ninguém poderá te resgatar;
E te torturarei de amores, sem compaixão e sem clemência!
Eu vou amordaçar as vozes dessa tua insegurança;
E te trancar nas algemas do meu proposto ineditismo delirante;
De fugir às grades desse amor, nem te darei esperança;
E tornarei esse prazer intraduzível, igualmente cativante!
Te manterei a pão e água, conforme os meus banquetes;
Onde a fartura nos pratos da paixão te alimentará;
Ali só meus beijos impetuosos saciarão as tuas sedes;
Onde teu corpo extasiado vai me pedir pra nunca mais te libertar!
Eu não farei contato e nem darei notícias tuas;
Só por imaginá-la assim, meu radiante coração forte já bate;
Quando tocar tua pele e contemplar tuas formas nuas;
Prorrogarei meu crime e nem cogitarei pedir resgate!!