Rosa despida
Rosa
Linda, tão cheirosa
Em teu despertar
Sorrindo teimosa
Se escondes de mim.
Onde estás?
Presa no abraço do jasmim?
Esparramando pelo jardim
Teu perfume dengosa.
Linda rosa juvenil
Às vezes me pões a chorar
Se a ti busco em vão
No fundo do quintal do Brasil.
Os ventos do sul
Feriram tua pele?
Culpa do jardineiro
Que não soube de ti cuidar.
Minha flor preciosa
Não sei se tu voltas
Na carícia de uma brisa
Na lembrança de um sonho
Aguardo o futuro, esperança
Desbotada o tempo queima
Tuas pétalas, maltrata
Tamanha tua fragilidade.
Não és feita para tal calor
Este sol abrasador
Pode causar-te infinita dor
Ilusão de quem nunca amou.
Pobre rosa, toda despetalada
Única certeza ter sido amada
E o vento em forte luvada
Te traz de volta a terra amada
A noite chora tua partida
Segreda a lua sentida
Elas te cobrem na despedida
De tua alma despida. Onde estás?