Solidão
Era de tardezinha quando no banco
Da praça sentei para ouvir uma canção
Olhava os casebres empoeirados, homens
Passando calados longe da minha ilusão.
Do jardim sentia o cheiro perfeito da flor
Vinha-me a sensação de que o mundo
Poderia ser bem melhor, coloridos peixes
No aquário bailavam para o meu olhar tão só.
De repente as luzes se acendiam, mariposas
Atordoadas sobre meu ombro caiam, aos poucos
Iam-se fenecendo, eu aquilo vendo, de amores
Morrendo, inundado em saudade e nostalgia.
Inerte o obelisco tudo me dizia sem proferir
Uma só palavra, de repente à praça deserta,
De nevoeiro coberta, luzes sem alegria;
Um novo dia sem nostalgia de lembrança certa.