Solidão

Era de tardezinha quando no banco

Da praça sentei para ouvir uma canção

Olhava os casebres empoeirados, homens

Passando calados longe da minha ilusão.

Do jardim sentia o cheiro perfeito da flor

Vinha-me a sensação de que o mundo

Poderia ser bem melhor, coloridos peixes

No aquário bailavam para o meu olhar tão só.

De repente as luzes se acendiam, mariposas

Atordoadas sobre meu ombro caiam, aos poucos

Iam-se fenecendo, eu aquilo vendo, de amores

Morrendo, inundado em saudade e nostalgia.

Inerte o obelisco tudo me dizia sem proferir

Uma só palavra, de repente à praça deserta,

De nevoeiro coberta, luzes sem alegria;

Um novo dia sem nostalgia de lembrança certa.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 08/06/2008
Reeditado em 08/06/2008
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