NO TABLADO, O SEGUNDO ATO!

As cortinas se abrem.... deixem o sol do amor iluminar esta cena.... ditam os atores

No tablado novos personagens...

A platéia grita encantada.... venham amores sem dores... aplaudem e se calam...

Mudaram os atores... e os valores são novos amores....

Atropelam-se as palavras... quero te ter...te ver...falar-lhe...

Ou seria o inverso? Reinicia a história... reinicia? Não!!! Agora novos atores... novos amores...

A linguagem dos anjos é o princípio de tudo... pássaros... borboletas... voam felizes...

Ao fundo o som do mais forte desejo... o flautista toca as primeiras notas.... suaves...ternas...

A platéia se levanta... a cena é incandescente.... chamas invadem os pensamentos...

As chagas no peito....a dor que dilacerava... já se faz tênue...vidaaaaa...brada os atores...

Amores loucos... calmos.... sedentos...ternos...contidos... choques.... dores???

Barreiras surgem... incautas... insanas...intromissas...

Safam-se os atores... anjos ... querubins.... arlequins... socorrem-nos....

Clamam piedade aos brados a platéia inflamada... partam... fujam amados... amantes..

Acordem amores... despejem suas dores...

levante-se incauto viajante..... abraça tua amada ó ingrato errante...

um bandolim toca...acompanhando a flauta....a melodia que busca... e cura amores infantes..

jogam-se ao acaso os amores... os atores... as dores se esvaem pertinentes renitentes

intocáveis já são os amantes num jogo que se fundem a sedução e os sonhos ...

tornam-se os atos fatos...memórias...lembranças loucas... roucas...amadas... vividas...

figurinistas... cenógrafos...cortam a cena...descem as cortinas...apagam-se as luzes

infames.... impuros... fujam..grita a platéia...

bis bis....ecoam os gritos desesperados dos amantes...da platéia... num misto de amor e dor..

entranhas viscejam... ardem os montes .....

aquecem os olhos os atores... amores dantes perdidos... agora vividos... intensos... ardorosos..

a multidão se cala...só o bandolin se faz ouvir... um feixe de luz invade o palco... o tablado nu...

os sonhos flutuam... pensamentos lúdicos... intocáveis... almejáveis...

anjos perambulam voando rumo aos amores...atores... viajores de um sonho intenso...

Amar...

voltam ao ato os atores...amores??? sem dores.... sem cores... ardentes....carentes...

deliciosos doutores... da dor do amor... da solidão do véu.... ao léu se jogam...

se fundem... se encantam... se enamoram...

ao som da flauta e o bandolim... agora intensos... quentes... graves... meigos... ternos...

Caem as barreiras... lacrimejantes...lacerantes de uma velha dor de amor...

Flores... rosas... inúmeras cores adornam os novos amores/atores... acordes/olores

Luzes se fundem.... pensamentos consomem... o bradar dos atores em sua ânsia de esgotar

Até o ultimo suspiro de dor... velha dor de amores não vividos...

encharcados de lágrimas e risos lutam agora os anjinhos...as fadinhas... as bruxinhas...

saúdam os amores... os alfaiates... os modistas... os floristas... os músicos...

voltam ao palco os diretores... cenógrafos...

caem as cortinas...escondendo os amores vividos desejados...

transferidos para o próximo ato....

Mariângela Bharros Moraes – 07/06/2008 – 3:35

Mhariângela Moraes
Enviado por Mhariângela Moraes em 08/06/2008
Reeditado em 19/06/2011
Código do texto: T1025149
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