Despertar

Hibernava — em berço quase esplêndido —

acomodado em dúvidas, esperanças, sonhos...

Um sol luziu à minha face,

provocou-me o animus, o desejo, a busca...

Rompeu-se o gelo.

— Você acordou o meu ser!

Um despertador que clama... pois que havia de clamar!

Impossível sobrasse imóvel, inerte, inato,

tal a magnitude da luz radiada

a cortar os ares, romper as trevas,

romper as escoras, romper a espera...

— Você acordou o meu ser!

Espertado — o mais longo dos invernos —

outras fantasias refém me fazem:

— Percebo luzes, sombras, tensões...

Acasos, caminhos, escolhas...

Agora eu sonho:

— Você acordou o meu ser!