ESPERA-ME
ESPERA-ME
Ribombam em meus ouvidos
esses balbucios incontidos
De meus próprios murmúrios
Sofridos, como se estertores
Fossem, ao ler os apelos que a
saudade, tão forte, te revela...
E, intempestivamente, depois de
um longo silêncio, calada e inerte,
Transferes magoada, qual irado
pintor, da aquarela a uma tela,
Fortes traços de ocaso lasso,
Como se assim realidade o fosse.
Mas, não ouse! Assim não o é.
O sabor de seus cálidos lábios,
nesse beijo apaixonado, permanece.
E nada foi roubado, foi-me dado!
Sim, com emoção, no fervilhar de
nossos próprios sentimentos soltos,
fugidios...por alguns momentos,
e que desvencilhados,dos grilhões
Já a tanto tempo aprisionados,
explodiram na ânsia desse desejo
correspondido, por muito tempo
esquecido, revigorados pela paixão.
Mas nos contivemos, por que?
Breve, lá estarei novamente,
Nessa estrada de luz, a reviver essas
Saudades que me alimentam,
E se manifestam constantemente.
Ávido por outro beijo ansiarei,
Na esperança de tudo recomeçar!
Urias Sérgio de Freitas