Espere-me

Agora é tarde; veja com tudo mudou, depois que você se foi daqui.

pelas madrugadas vazias, uma azia ,depois do café.

As horas se prolongam em fios e fios de ovos, pendentes do bolo de laranja, que aguarda sua degustação. a calda secou.

Um pão endurecido ficou deitado ao lado da entrada do jardim .Secou.

As margaridas não deram a mínima para sua distância. Afinal, nunca foram colhidas por você. só as rosas eram as escolhidas.

Você deixou o edredom ao sol, a minha espera. Ficou retorcido.sequioso do meu corpo?

Onde estará aquele travesseiro, que me ouvia nas noites silenciosas? Você o guardou?

Na janela, duas chinelas de plumas se confundem com as rolinhas, que insistem em me procurar ,no beiral florido de ouro.

Quem estará a minha espera , quando meu voo chegar?

Aquela manhã será igual...

Meu táxi, minha expectativa, a campainha, seu beijo.

Penduro as roupas poucas, meio sem tempo, nos muitos cabides que me suspendem no ar. O suspense da estadia. curta, é verdade...mas vale.

Um ano tem doze meses e este já é o quinto na distância.

Quem sabe ficar longe é terapêutico.

Quem sabe as avaliações trazem reflexões inusitadas.

O mar busca seu ser e traz algo talvez adormecido.

Quem sabe a juventude aflora ,e então volta o menino, num mundo Onde tudo são descobertas , quem sabe , tardias...

Mas aquela figura de mulher vem à mente, em cada espuma do mar...

Gardênia SP 6/6/2008

Gardênia
Enviado por Gardênia em 06/06/2008
Reeditado em 11/03/2021
Código do texto: T1022673
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