SAIA COLORIDA

Estou vestida como uma cigana.

Nas orelhas um par de brincos extravagante.

Umas chinelas vermelhas.

Uma longa saia colorida.

Danço diante da fogueira.

As labaredas me encantam e eu canto.

Uma música morna numa madrugada fria.

Canto para o fogo e me encanto.

Jogo as chinelas para o lado e danço.

Estou só embaixo de um céu coberto de estrelas.

Penso em você.

Olho o fogo enquanto danço e sua imagem nele me deixa tonta.

Acabo por cair na areia.

Meus olhos não podem deixar de olhar o fogo ardendo.

Meu coração é uma brasa no peito.

Chora sua ausência.

Então ouço o som de um violão ao longe.

Não quero abrir os olhos.

Pode ser só uma ilusão.

Mais uma...

Não...

É você. É mesmo você.

Conheço seus passos...

e sua maneira de tocar este instrumento é única.

Abro os olhos e o vejo se aproximando.

Ajeito minha saia colorida.

Você sorri um doce sorriso.

Estende a mão e me puxa de encontro ao seu peito.

Procura meus lábios com uma sede louca e joga o violão pro lado.

Então dançamos abraçados enquanto a manhã não chega.

Você me diz no ouvido que a saudade o estava matando.

Nós nos deitamos na areia sobre minha saia rodada e o amor toma conta de tudo.

Para festejar o nosso reencontro a manhã que vêm nascendo traz cores lindas a um céu que assiste tudo.

De repente acordo com o toque do telefone na minha cabeceira.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 06/06/2008
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T1022297
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