Maré a beira do cais...
Não posso matar algo que amo tanto
E esse algo que amo, é o teu amor
Estou mais frágil hoje... é só desencanto
Quando tento gerir sua falta, é só dor
Certas ocasiões que me pesam mais
Perturbam a alma e tiram minha calma
Tem dias que me vejo a beira do cais
Sem um horizonte e nenhuma vivalma
Sou alguém que ama intensamente
Que viu seu sonho de amor se dissolver
Que destilou essa dor, literalmente
Sem poder dela, sequer me defender
Assim sem ninguém... me escondendo
Tal qual a lua em seus eclipses infinitos
Há momentos em que vou escurecendo
Com a voz presa, sufocando meus gritos
Não podemos nos julgar em prejuízo
São nossas, as amarras em nó perfeito
Que a vida ata e brinca com o nosso juízo
E no ancoradouro da razão tenho me refeito
É só mais uma maré vazante que me pega
Liga não... amanhã a cheia me complementa
É este meu sentir de amor, que não se nega
Que vai e vem, e mesmo assim, me acalenta