AUSÊNCIA

Quando você voltar refeita

da desilusão vivida,

na bagagem amargura desfeita,

no peito a dor entorpecida,

isenta das amarras,

grilhões e garras,

liberta do lirismo sombrio,

livre como o beija flor

leve como a libélula,

solta como o vento soprando amor

sob este céu de sempre,

estarei aqui de braços abertos,

ansiosos e certos,

coração apertado, destilando a essência

dessa inclemente saudade,

rastro de sua ausência.

A. JORGE