VIVO POR TI
Pedis-me que fale do meu amor,
E muito tenho a dizer-te.
Não o protegerei com minhas emoções,
Sofrimentos acalentados por ti.
Imaginai um rio trasbordante
De quimeras e solidão,
Próprio de um ser desobrigado
Ardente de tamanha paixão.
És assim, minha vida,
Arrastando-me para cima,
Agarrando-me às pedras dos caminhos
Incertos,
Que teimo a seguir...
Mas, se não o seguir, como sereis livre?
Não é o amor a força do universo,
Posso rir-me, ficando triste.
Procurarei o alento que oscila,
Entre o coração e o crepúsculo.
No outono de minha visão
Não o encontrei...
Busquei o eu desconhecido em vão.
Não cairei, sem também caiais meus anelos.
Mas,
Mais serei a tempestade enloquecedora,
E uma canção em seu coração.
Aí, então cantar-ti-ei em teus braços,
Como a brisa suave da manhã cinzenta,
Plena de amor e compaixão.