Vôo d'alma

Célia Matos

Nada arrebata este silêncio,

nesta noite calma,

que voa minh'alma,

fugindo, sorrindo,

contando estrelas,

pedindo ao luar,

que encurte a distancia,

nesta dissonância de vozes,

que abafa meu pranto,

disfarçado em sorriso.

Neste vôo sem asas,

arrasto comigo a esperança,

e faço meu próprio jogo,

em fogo brando da imaginação.

Quis eu, ter o paraiso,

por duas noites apenas.

Matei o passado,

ignotei o futuro,

vivi intensamente o presente,

tão cândido e puro.

Foi breve...

Trago, agora, doces lembranças,

e o mel do amor na saudade.

A brisa da noite beija-me por ele,

e o vento forte leva a ele

meus murmurios de amor.

Sinto, pela paz do meu coração,

que ele procura-me

em poemas e canções,

e encontra-me dentro de si.

Em razante, sobrevôo seu leito,

e pouso em seu pensamento,

e faço-o conceber sonhos,

comigo nos nos braços,

rodopiando e cantando,

ao som noturno,

a beira de um rio,

a luz do luar.

Me aconhego em seu peito,

beijo seu sorriso,

e deixo-o sereno

entregue ao sono.

Por fim, de volta a mim,

me sinto sonhando,

amando,

e querendo voltar...

Viro-me na cama,

e quase adormecida repito:

''Como é bom amar !!!''

Feliz, volto a sonhar...

Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 02/06/2008
Código do texto: T1016105
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