O velho e a moça

Alma de poeta,

coração de solitário,

voz de saudade,

solidão da fala,

eis-me assim habitando-me

no que ri do meu pranto

a doer-me de verdade.

Sou a pétala murcha que o vento levou,

mas já fui também uma linda flor

por quem um dia te encantaste.

Velhos são hoje apenas esses meus cabelos brancos,

os mesmos que te causam esse tolo espanto

por teu tão jovial desencanto

de moça-mulher desencantada.