A in-te(n)ção primeira
É fundamental,
É legítima,
É, claro, a natural
O quase sempre pensando
Muito naquilo,
Se pré-ocupando
Com essa coisa.

No entanto,
Não basta isso,
Não é suficiente
O isso aí do Id
Com seu instinto,
Sua pulsar,
Sua coceirinha,
Sua tesão,

Pois nos humanos
Isso tudo é indissolúvel
Com o impulso,
Com o desejo
Do desejar
Da pessoa amada:

Eu quero
Que você me queira;
É o querer
A co-rres-POND-ência.


Mediantes as in-te(n)ções segundas,
Necessárias à consecução da primeira,
De tudo, tratar, é preciso
Com o coração na boca,
Na ponta dos dedos,
Das penas,
Com romântica prosa,
Nos ouvidos,´
No olfato,
No gosto,
No paladar,
Na música,
Na dança do corpo,
Nos sentir
Dos seis sentidos
E no refletir.

Tudo à flor-da-pele
Pra que a alma seja desnuda
E haja a nossa entrega
Fazendo a nossa parte,
Com perdão aos nossos egoísmos,
Propiciando que a pessoa Amada
Faça a parte dela.

Pra que, assim, se prescinda

Das in-te(n)-ções terceiras,
Das vertigens
Da dependência de drogas
E do excesso de decibéis.

Assim, namoro em te(n)são
Das três in-te(n)ções.

©
®Gabriel da Fonseca & Stela Emilia (Formatação Sobre Imagem).


Às Amigas, com carinhos, 24/10/07, 1125.  Série: O Que é Namorar? (Prosa Poética)