SOLEDADE

SOLEDADE

Soledade, companheira de infortunio tétrico,

À mim visitas no mais lancinante momento;

À baila vens, quando o meu mundo feérico,

Faz do amor, um espaço no meu pensamento.

Furtiva e referta oferenda assaz malograda,

Excluso me deixa, deste nefasto sofrimento!

Caminho em busca da minha quimera-fada,

No afã de ausentar-me desse vão sentimento.

A tua síncrise é o meu talante já consumado,

Sua presença, veredicto da auto-consagração,

De um entressonho tamanho, vejo realizado,

O angustiante pesar, escápula da sofreguidão.

Com grinaldas de rosas serei o bem-cortejado,

Feliz anunciou o meu tépido e arfante coração.

Rivadávia Leite

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 31/05/2008
Código do texto: T1013582