SOLEDADE
SOLEDADE
Soledade, companheira de infortunio tétrico,
À mim visitas no mais lancinante momento;
À baila vens, quando o meu mundo feérico,
Faz do amor, um espaço no meu pensamento.
Furtiva e referta oferenda assaz malograda,
Excluso me deixa, deste nefasto sofrimento!
Caminho em busca da minha quimera-fada,
No afã de ausentar-me desse vão sentimento.
A tua síncrise é o meu talante já consumado,
Sua presença, veredicto da auto-consagração,
De um entressonho tamanho, vejo realizado,
O angustiante pesar, escápula da sofreguidão.
Com grinaldas de rosas serei o bem-cortejado,
Feliz anunciou o meu tépido e arfante coração.
Rivadávia Leite