Poema ao meu Amor
Minha saudade busca abrigo em teu nome
À minha volta tudo é ausência e precipício
Nesse abismo que me impõe a solidão
Nem o silêncio da manhã atrevida e azul
Ilumina o gris refletido em meu olhar
Não existem palavras a serem ditas
Quando a dor teima em punir o peito
Atravessa-me o grito, o soluço incontido
E nada cala esse amor desmedido
Pleno de sentires inacabados
Em mim, o travo, o amaro e a sede de ti
Sendo sorvida no absinto do desencanto
Socorrem-me as tuas doces lembranças
Ocupando os vazios que sempre preencheste
Vem-me o veludo da tua voz
Indicando-me a estrada do sol
E o arco-íris em que me anunciavas a vida
Recuso-me a ver esse teu novo rosto
Que sem saberes me foi desvendado
Nego-me a olhar esses tons
Com que te rasuraram o olhar
Que me dizia tudo de mim
E dos caminhos dos meus sonhos...
© Fernanda Guimarães