DO AMOR ... (59).- Isso, meu amor, que dizem liberdade ...

procurei-o, mas não o achei. (Cant. 3, 1c)

Isso, meu amor, que dizem liberdade

dos homens talvez seja prévio à liberdade

dos povos que modelam homens como barro,

em pelouro fraterno: justamente como barro.

Mas pergunto, meu amor:

«pode um homem livre ser na sombra

ou gozo da luz, se o povo, seu, nem é povo, mas sombra

esfarelada nas pedrinhas da noite muito longa?»

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NOTA.- Um poemário do poeta galego Celso Emílio Ferreiro intitula-se 'Longa noite de pedra'.