Navio do Poeta a Pique.

O poeta quase foi a pique,

De modo literal.

De tanto um errante Amar

Num muito agitado mar.

De tanto em versos trabalhar,

De oVERdOSeS de VERSOS,

Pra tentar esquecer sua dores de Amor,

Essas se tornaram corporais.

Agora, o vate pede um tempo.

Pede água.

Ele só quer um colinho

Pra afogar sua mágoa.

O menininho só quer mimos,

O bardo só quer carinhos.

Basta de roda-gigante,

Nem mesmo brincar na barquinha,

Com sua vertigem e frio na barriga,

Cheias de acelerações.

Só quer andar em pacatos cavalinhos

E você por perto

Pra acompanhar com o olhar

As voltas do meu galopar.

Agora, só quer brincar com argolas.

Só quer andar nesse elétrico carrinho

De inesquecível cor-de-laranja .

Só quer brincadeiras bem rente-ao-chão.

Nada de montanha russa ou tobogã.

Brincadeira de mau gosto tem hora.

Tem que ter duração que acabe.

Vi as faces da pavorosa.

Agora, só quero sossegar o pito

E a vida cor-de-rosa.

---Gabriel da Fonseca

--- Às Amigas; 25/10/07; 1127.