LIVRO DE CABECEIRA
Escrevi um livro repleto de textos.
Ali o teu nome foi transcrito do
começo ao fim como causa final, e se
assim fiz, foi para ter a sensação de ouvir
o som melódico que nele existe.
Ele é pouco extenso, pode até ser
cotejado com um livro de bolso, mas,
vive sendo tateado pois, não suporto
a idéia que nossas mãos não estejam
entrelaçadas quando em tuas ausências.
Em todas as páginas, exceto em
uma ou duas, deixei de inscrever que
te amo. Por mais que passe o tempo,
elas ainda exalam o aroma das flores todas
as vezes que me presenteia com tua presença,
ainda que seja em minha imaginação.
Escolhi como companheiro e livro de
cabeceira, para abrandar minha ânsia
todas as vezes que sou sobressaltado
pela saudade. Não é à-toa que ele encontra-se
dilacerado, é nele que todas as vezes vou
em teu encalço, quando nos encontramos distanciados...