CONFICÇÃO DE AMOR

Neste mundo eu fiz muitas besteiras

Tentando me esconder da realidade

Me fiz moleque e sem maturidade

Achando ser a forma derradeira

De suprimir do mastro a bandeira

Que hasteada balançava aos ventos

Tentei censurar os meus sentimentos

Calar os gritos do meu coração

Mas se hoje perguntarem digo não

Viver sem a amar eu não agüento!

Agora, eu faço isso em pensamento

Lembrando dos momentos que passamos

Das coisas que juntos nos ensinamos

Das coisas que nunca compreendemos.

Naquele dia em que nos conhecemos

Eu via ali brotar em minha frente

A mais bonita e a mais reluzente

Das flores que o criador já fez

E que roubou a minha sensatez

Deixando-me esse coração demente!

É pena que ela já não me veja

Que não me queira mais em sua história

Que tenha feito de mim a escória

Me dito que não sou o que almeja

Talvez até correta ela esteja

Em humilhar um ser tão condenável

Mas eu, mantendo a face imutável

Aceito que assim seja sua vontade

Sem garantir-lhe a reciprocidade

Tomado por um amor inelutável!