O meio...
Nado navegando nas águas
Com meias braçadas...
Aqui tudo pela metade e meia
Perfeito só seria... Se...
Não faltasse aquela Deusa
Sem ela é meia beleza
Céu aqui é meio azul
Meias nuvens... Fundo anil
Puxa que pavio... Você viu?
As águas são meio quentes
Ando pra lá de meio carente
Mar meio verde... Meio transparente
Com meias ondas, meio espumantes
O tesão anda meio dormente...
Meio broxante e meio demente
Há no ar um meio sol com meios raios
Arco-íris pela metade nas meias cores
Estou meio triste... Meio feliz...
Meio por um triz
De inteiro... Só as saudades
Nessa minha meia idade
Meu corpo cheio de vontades
Química de meia pele que repele
Mas de meio em meio...
Haverei de achar um meio
De trazer você inteira... Em cheio
Com todo seu recheio de beijos e cheiros
Cobrindo a parte mutilada do meu ser
Sem as meias sombras da tristeza
Cobertas pela luz da tua presença
Aí a meia lua... A meia alegria
O meio do riso escancarado... Enluarado
Leito preenchido... Chocolate bebido
Corpos aquecidos... Poema ousado...
Da bela flor com pétalas no cio
Lençóis, travesseiros, sexos faceiros
Verdades e vestes bem descobertas...
Impulsos sensuais pelas frestas
Almas, corações e emoções...
Enfim as metades satisfeitas
Na vida... Na loucura e no amor.
Hildebrando Menezes