Feliz idade!
Não sei como conter...
Este furor a me abater
Que vem aí de você...
Querendo sem querer?
Reconheço que mirei...
Pra todo lado eu atirei
Tiros meio desperdiçados...
De enamorado apressado
Que tem a feliz idade...
Dos eternos apaixonados
Fui ao teu encalço...
Com os pés descalços
Mas com cuidado apurado
Na experiência dos erros do passado
Não tenho... nem tive medo
De ser passado pro lado
Mesmo com coração sem freio...ferido!
Engoli as lágrimas e soltei o riso
E agora não vejo a hora...
De te buscar e trazer embora
Para viver a sinfonia do amor...
E não é papo da boca pra fora
É amor roxo dos pés ao pescoço
Passando pelo queixo, lábios, bocas
Lambidelas nas orelhas...cafunés...
Salgadinhos...canapés...acarajés
Mordida nas bochechas...beijos parafusos
Colares de peitos...acochos com jeito...
Pra lá de safadinhos e sabidinhos
E ando assim o dia inteiro...pensando naquilo
De um lado apagar este fogo...noutro incendiar...
Labaredas de desejos loucos no teu corpo
No sufoco de colar e não largar da tua boca
Roçar nos teus pêlos e arrepiar a tua nuca
Para ter você logo na minha cama
De manhã, de tarde, de noite, de madrugada
Só no reco-reco do nheco- nheco aconchegados
Conjugando o verbo que Deus mandar
Eu SaloméAlmejo; tu não Saloméja nada;
Ela Saloméja tudo, Nós Saloméjamos beleza pura;
Vós não Saloméjais bulhufas; Eles Saloméjam
Nadica de nada com o bico calado...
O amor tá desvairado, intenso e descontrolado.
Ah! Garçom ponha a champanhe na geladeira...
Camareira...coloque àqueles lençóis de seda.
Salomé! Manda o endereço da felicidade ou...
Venha logo mulher pra cidade...
Tô te esperando...queimando em brasas!
Hildebrando Menezes