Sou esta mulher...
Não sou esta inconstância toda!
Sou faminta de vida
sedenta de ilusões...
Mãos nervosas
Boca que tudo prova
e olhos que tudo duvida!
Se ando contra o vento
É por que não mais me habita o medo ou covardia
Vou por que creio no deus que invento
Na minha oração de cada dia!
Caminho muda,
Cega, às avessa,
Mais vou sem pressa!
E me saber? Quem dera!
Sou íntima de mim apenas
Mas nem tudo me consinto
Pra não virar presa de mim mesma!
Já dizia minha avó:
Puta só!
Ladrão só!
E hoje sei, tuas não são minhas verdades...
E antes de me saber
decifre o mistério
que habita no sussurro da correnteza,
na melancolia das águas presas
e no pranto da chuva!
Foi alhando-os, aprendi meu método de viver!