Profissão de fé
PROFISSÃO DE FÉ
Um dia me pediu a poetisa
Para escrever um poema alegre, que é
Na verdade uma profissão de fé
Recusar, eu, quem imagina?
Pois bem querida poeta, aqui vai
Um poema que talvez não seja triste
Pois, mais do que isso ele resiste
A natural melancolia dos meus ais...
A tristeza chega a ser tão constante
Que deixa turvos momentos de alegria
Esquecidos em cima da estante
Na fragilidade das fotografias...
Às vezes sinto um contentamento
Uma leve alegria que me invade
Tenho saudades desse sentimento,
Que se configura na força da amizade
Também me alegro com poemas
Que possuem doces mensagens contentes
E frases tranqüilas, serenas...
Provocando sorrisos conscientes.
Eu quis escrever um poema brando, calmo e leve.
Mas já não sei se hoje em dia se deve,
Dar tais características à poesia,
Ou a qualquer outra coisa que se escreve!
Eu fui um menino sem sonhos...
Assim, cresci sem ter o que realizar.
Os instantes de alegria foram estranhos...
Por isso eu os deixei passar!
Passaram pra tão longe,
Que não sei mais se podem voltar,
Mas tem dias que vejo no horizonte
Uma chama ilusória que quer me alegrar
Essa ilusão pode ser real,
Mas talvez, eu não queira acreditar!
E se a esperança for assim fundamental
Seus poemas estão ai pra me ajudar
Uma ajuda poética, integra e amiga
Que nos preenche mais do que agente imagina
Por isso, se hoje sou um pouco mais alegre,
É por causa de pessoas como você, Poetisa!