As água plácidas
As águas, plácidas,
A correr as faces lânguidas
Da mulher que chora
Brilham o mundo do que ela fora.
E as rosas, coradas,
Sentem-se culpadas por serem belas,
Acompanham as mulheres sofridas
Na sua fantasia de donzela.
As águas plácidas
Já não caem,
Mas, em ondas, sobem
E desabam cálidas.
E o mar fantasia as lágrimas
Das mulheres de outrora.
Suas gotas d’água mimam
As tímidas gotas que elas choram.
O mar, no horizonte,
Une-se ao céu.
E as mulheres que choraram antes
Banham-se nas águas onde o que afunda torna-se léu