As água plácidas

As águas, plácidas,

A correr as faces lânguidas

Da mulher que chora

Brilham o mundo do que ela fora.

E as rosas, coradas,

Sentem-se culpadas por serem belas,

Acompanham as mulheres sofridas

Na sua fantasia de donzela.

As águas plácidas

Já não caem,

Mas, em ondas, sobem

E desabam cálidas.

E o mar fantasia as lágrimas

Das mulheres de outrora.

Suas gotas d’água mimam

As tímidas gotas que elas choram.

O mar, no horizonte,

Une-se ao céu.

E as mulheres que choraram antes

Banham-se nas águas onde o que afunda torna-se léu

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 28/04/2008
Código do texto: T965311
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