A ILHA DOS IMORTAIS
Ainda ecos da conversa que tive com a estimável Amiga Arya/Vera, e por isso este poema é em parte a Ti dedicado e a todas aquelas pessoas que se sintam excluídas
A ILHA DOS IMORTAIS
Estás finalmente em Casa
Estás entre os teus iguais
Fica perto
Demasiado longe
A Ilha dos Imortais
Lá o vento que corre
É o da solidão
Mas também da mais pura camaradagem
Por isso anseias
E não temes
Essa doce aragem
Estranhos perdidos
Cujas águas da vida
Os transformaram em náufragos
E os atiraram para aquele lugar
Onde ao mesmo tempo ninguém quer
Mas todos querem
Por lá ficar
Palavras que não dizem nada
Vidas por alugar
Que ganham um valor insuspeito
Quando se acende
Ao nosso lado
A chama
De um camarada
Dialectos diferentes
Mas só aparentemente
A língua é a mesma
No calor da insularidade
Corações que batem alto
Por terem encontrado Lá
Uma pura
E inocente Amizade
Sentimentos avulso
Noutro lugar do planeta
Mas que ali são ouro
Porque juntos dos outros
São juntos
São algo que nos completa
E dá-se então
A insuspeita osmose
Das almas perdidas
Que ali
São queridas
São o nosso alimento
A nossa razão de ser
Fogueira
Que alimenta a noite eterna
De seres
Que
Ali sabemos
Nunca iremos perder
Pois unidos pela diferença
É a diferença que nos torna juntos
As trevas são pois uma mera aparência
E os espíritos elevam-se
Entoando um suave cântico
Um magnífico cantar
A marcha dos desalinhados
Que por fim
Encontraram Ali
Onde Estar
Sem que ninguém os olhe de lado
Vire a cabeça ao seu passar
Ali os sorrisos serão eternos
E essa diferença salutar
Porque jamais
E repito
Jamais
Seremos exorcizados
Juntos estamos ao nosso lado e abençoados
N´
A Ilha dos Imortais