SONETO AO BOCAGE
SONETO AO BOCAGE
Jorge Linhaça
Ah, Bocage, mas que maçada a nossa,
ao ver, termos que fingir, que não vimos,
guardar, para nós, os versos ladinos,
darmos mil voltas, floreando a prosa.
C'o badalo, rebimbar os sinos,
nas grutas fundas, cheirarmos as rosas,
e às mazelas, cirandar à roda,
burlando, quiçá, as mãos do destino.
Deixar à noite, e, com o sol a pino,
fazer dos males palavras airosas,
rebuscando nos versos: tão latinos,
As rimas que não sejam mal cheirosas,
e os verbos que não soem ofensivos,
chamando, àquelas, de virgens formosas.
SONETO AO BOCAGE
Jorge Linhaça
Ah, Bocage, mas que maçada a nossa,
ao ver, termos que fingir, que não vimos,
guardar, para nós, os versos ladinos,
darmos mil voltas, floreando a prosa.
C'o badalo, rebimbar os sinos,
nas grutas fundas, cheirarmos as rosas,
e às mazelas, cirandar à roda,
burlando, quiçá, as mãos do destino.
Deixar à noite, e, com o sol a pino,
fazer dos males palavras airosas,
rebuscando nos versos: tão latinos,
As rimas que não sejam mal cheirosas,
e os verbos que não soem ofensivos,
chamando, àquelas, de virgens formosas.