CASTELOS DE AREIA
Meu mano, nossas histórias
tantas vias de contar.
De começo adivinhável
no curso de nossas dores,
olhar de doces mulheres
mil promessas de amores,
irrespondíveis perguntas
estendidas no varal
das coisas que decidiste
de repente indexar.
Histórias de construírem
a mim e a ti, meu irmão,
alta torre indestrutível
construída de afeição
argamassando na tarde
uma pá de intenções
na vontade do sorrir.
Agora , mano, as histórias
decididamente estão
mais distantes de espelharem
todas as nossas volições
de castelos de areia
feitos na beira do mar
bem perto de onde as ondas
costumam a terra beijar
e carregar para o fundo
todo sonho arquitetado
ao sabor do sal do mar.