LONGE TÃO PERTO
Não me peças que permaneça junto a ti,
Sinta que eu sou breve como a brisa,
Hóspede do instante e ocasião,
De momentos que se esvaem.
Não alimentes a minha permanência perene,
Pois quando tudo por demais se prolonga,
o que era luz desfaz-se em armadilha do tempo
Não me queiras eterno
E quando eu me for,
Não veles o meu corpo ausente.
Perceba que a nossa amizade continua
Nas reticências de cada meu partir.
Cotinuará na lua nova, no corolário do
arco-íris, no papo de bar, na ênfase do
estadista, na queda do corrupto, na criança
que nasce, na máquina do redator, no conto do
hístoriador, no ontem, no hoje e no amanhã e sempre.
Jaubert