ÀS MINHAS AMIGAS

Amiga

Vou te dar meu colo

Para que me contes teus segredos

Podes falar da dúvida, do medo

Da lâmina cravada na tua carne

Amiga

Pousa tua cabeça no meu ombro

Para contar a glória de ontem

E o alívio que sentiste quando tudo acabou

As manhãs e as noites que passaram

Revelam apenas a fragilidade

Das palavras que saíram da tua boca

E não mudaram a história

Amiga

Agora só te resta o labirinto

E as noites de vigília

Que trazem o peso de uma eternidade

Repetindo as metáforas

Que transformarão as manhãs

Num monte de ninharias

Amiga

Também ainda te resta

Meu ombro, meu colo e o que mais quiseres.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 14/02/2008
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