ÀS MINHAS AMIGAS
Amiga
Vou te dar meu colo
Para que me contes teus segredos
Podes falar da dúvida, do medo
Da lâmina cravada na tua carne
Amiga
Pousa tua cabeça no meu ombro
Para contar a glória de ontem
E o alívio que sentiste quando tudo acabou
As manhãs e as noites que passaram
Revelam apenas a fragilidade
Das palavras que saíram da tua boca
E não mudaram a história
Amiga
Agora só te resta o labirinto
E as noites de vigília
Que trazem o peso de uma eternidade
Repetindo as metáforas
Que transformarão as manhãs
Num monte de ninharias
Amiga
Também ainda te resta
Meu ombro, meu colo e o que mais quiseres.