Onde possas auscultar
Ah, quem dera um instante;
Poder contemplar a beleza.
As várzeas, o durante,
Retidos num sorriso violeta.
Transeunte pelas novas velhas naus,
Inundou-se de quinquilharias.
Recompensas um dia colossal,
Destituídas, agora, de sua grande valia.
Ah, quem dera um instante;
Unir as dálias e as frésias,
Nativas dos jardins distantes.
Inexequível busca de vãs misérias.
Atarantado pelo descenso da areia,
O sinuoso bramiar do vento transcreve:
É anuindo as brasas alheias
Que seu âmago se aquece.
Um colóquio cigano efetivará
E não lerás uma mão sequer;
A verônica lhe exporá.
Verdadeira transparência do ser.
Implante pileas com discrição
Deserdadas de qualquer rebento.
Afinal, teus olhos colherão
Fontes de sorrisos, ternura e encanto.
Ah, deram-me um instante;
Zelo por esse presente tão querido.
Sonido mudo faz-se ressoante,
Entre os desertos mais áridos.
Notório é o acalento da magnânima,
Transmitida pela amizade dos iguais;
Irradia da companhia sua obra-prima.
Donde alcançar seus sagrados rituais?
Onde possas auscultar.