Giro eterno da existência

Mundo voraz e apressado

Tempo flui como um mistério

Cotidiano se faz pesado

Quem conhece o próprio ritmo

Descobre o instante sagrado

 

Nem toda vida finda em remanso

Mesmo que a velhice nos toque

Há memórias que brilham eternas

Além de qualquer vã sorte

E há jovens que ao invés de descanso

Já enfrentam o peso da sorte

 

O agora é sopro que nos eleva

Um eco do eterno movimento

Entre risos que afloram do peito

E silêncios que são alimento

Que grande ventura ter-te cruzado

No infinito lampejo do tempo

 

Os desencontros são linhas veladas

Que o destino escreve em segredo

Mas cada atalho esconde a essência

Que dissolve o suposto degredo

Pois no caos se revela a ordem

E no abismo se guarda o enredo

 

Mostremos à marcha que nos desafia

A grandeza de quem se reencontra

Se o tempo parece veloz e impiedoso

Nosso espírito jamais se desmonta

Pois em cada momento colhemos o eterno

Como quem o infinito desponta

 

Decimar da Silveira Biagini

17 de novembro de 2024