A V.F

A ti, que na profundeza do tempo

Esteve comigo às horas passadas

Como águas de sangue lento,

De passatempo as pessoas que nos foram

Próximas, sentimos só a superfície;

Sentimos só a superfície…

A ti, que tantas conversas jogamos

Empregadas viagens alegóricas,

Imaginação num comboio

De risadas claras, um dia, quem sabe

Tornar-se-ão simplórias…

Infelizmente o drama é uma adaga

E meu coração vampiro.

Estás aqui e um dia não mais estarás,

Como todos nunca estarão…

Dizem que a solitude é doce,

Mas senti amargura a vida inteira,

Meu amigo.

A ausência é o carma vindouro,

Temo não suportar

O preenchimento de nada.

Deixo cartas como apelos

Que contigo confio meu ouro,

Meu sonho inalcançável:

A poesia do hoje a ser lida amanhã.

Nunca escrevera a ti, amigo,

Mas perdoe-me, a consciência

Grita à porta, e se não abro,

A alma se fecha ensimesmada,

Chora e dói sem eu saber.

Obrigado por tudo

E não se assuste!

É uma homenagem

Um tanto rústica,

Que um dia na aragem

Dos sonhos

Lembrarás de mim

como vento que

veio, mas foi…

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 17/11/2024
Código do texto: T8198710
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