Madrugada com a Lua
Assim que a vi,
Na insone madrugada,
Quando a janela abri.
Senti-me maravilhada.
Entre nuvens ela,
A Lua, faceira e bela,
Brincava, nas nuvens, de esconder,
Entre aparecer e desaparecer
As nuvens, lépidas, se foram.
A lua no céu brilhou,
Para os que a adoram.
Sozinha tudo iluminou.
Feliz, para ela sorri
E ela, brincando, com o poste.
Fiz pra ela um verso, um mote,
Pisquei, mostrei, mas não li.
Deixei-a desejar saber
Na cortina me escondi
De lado, só um olho a ver,
A sabida amiga olhando-me ali.
De esconde-esconde ela sabe brincar
Curiosa também o é
Nas sombras ela vem olhar
O que escrevi e diz: Evoé.
Amiga, não adianta assim me saudar
Brincas, sem mim, de esconder,
Agora quer meu escrito ver?
Tua curiosidade irá derramar.
Volte amanhã, e, quem sabe,
Eu possa te mostrar
Não demore, nem de curiosidade desabe,
Com certeza vais amar.
Deixo a janela com a cortina,
Leve e serena a se balançar,
Com o vento brando a se mostrar
Vejo-a me olhar na surdina.
Noite seguinte, a Lua logo se mostra.
Da janela, com o papel, aceno
Seu brilho aumenta, pleno.
Declamo o que escrevi e ela gosta.
Se derrama em brilhos e risos.
Pisca, pisca e pisca, dengosa.
Vi seus olhos em lágrimas, carinhosa,
Com ternura me olha, só sorrisos.
Amiga, amanhã no eclipse, no encontro
Com o Sol, seu amado,
Conte-lhe do poema doado.
Diga que o dele está pronto.
Amanhã, lerei para ele, ao crepúsculo.
À noite, ou quem sabe no próximo eclipse,
Ele te conte. Tu me dirás como ele te disse.
Até mais, vou me dedicar ao meu opúsculo.
A Lua faceira e bela
Brincou de menina tímida
Vinha uma nuvem, escondeu nela
Logo fez brilhar meu cantinho destemida.
Sibeli Figueiredo
22/02 e 30/09/2024
Comecei e parei, por motivos vários, hoje veio a inspiração final, a partir da quarta estrofe.
A foto, minha inspiração, tirei no dia 22/02/2024, da janela do meu escritório, que carinhosamente chamo de "Meu Cantinho" (de escrita, artesanato, estudos e trabalho), logo comecei a escrever.
Então como falei, parei, hoje a vi e a inspiração retornou.