AMIGO
Nunca escrevi sobre amigo
Ou sobre as barreiras erguidas.
Um amigo ergue uma dessas barreiras,
Das mãos que alcançam os olhos,
Enquanto lágrimas caem
Porque uma grande amizade
Causou dor.
Não é apenas sobre amizade.
Um amigo some
Quando uma grande batalha começa,
A porta se fecha
Num movimento horário,
Aguardando o tempo
Resolver o que eu não consigo.
A primeira barreira se ergueu.
Um amigo chega,
Um amigo parte,
Um amigo é verdadeiro,
Um amigo mente.
Um amigo hoje é um escudo,
Protegendo-me de beleza
Mais emocional do que física.
Um amigo agora é uma joia,
Que lentamente, como um cristal,
Ganha brilho com o amanhecer,
Protegendo-me dos perigos noturnos.
Simplesmente,
É a fronteira entre noite e dia, crepúsculo.
Um amigo é uma barreira,
Construída pela vida,
Como aquelas nos castelos,
Onde cada canto
Abriga um baluarte
Que soa o alerta
Sobre um futuro perigo.
Amigo, quero dizer
Que quase tudo se desculpa,
Preciso me proteger
Pois estou diante de mais um risco.
Não sei se é real,
Mas se for, estou
Fora de alcance.
Opa, até logo
Quem é você?
Um amigo?
Seu nome?
Com a mão se toca,
Ver se sou sonho...